sábado, 1 de outubro de 2011

O nascimento das monarquias nacionais

Interesses no fortalecimento dos reis
  A nascente burguesia comercial precisava promover algumas reformas para impulsionar a atividades comercial.O transporte de mercadorias de uma cidade para outra,por exemplo,obrigava os comerciantes a cruzar vários feudos.Cada um deles,porém,estava sob a autoridade de um senhor feudal,que estipulava suas próprias leis.
 A burguesia passou,então,a apoiar a transferência de poder para as mãos do rei.Dessa maneira,o rei poderia unificar a moeda,as leis,os impostos e estabelecer um sistema de pesos e medidas único,facilitando os negócios.
 Muitos senhores feudais também apoiaram a centralização politica,mas por razões diferentes.As Cruzadas,a peste negra e a fuga de servos levaram muitos senhores à ruína.A solução foi apoiar os reis,para obter favores da Coroa.


As divisões na nobreza
 A nobreza europeia da chamada Idade Moderna era formada por
dois grupos principais:a nobreza de espada e a nobreza togada.
 A nobreza de espada,também conhecida como nobreza "de sangue",era composta pelos antigos senhores feudais e geralmente exercia funções militares.Entre esses nobres havia um grupo mais privilegiado.Eram membros de famílias muito antigas e muito ricas,que formavam a corte do rei e viviam na ociosidade.
 A nobreza togada era constituída,em geral,por burgueses enriquecidos,que comprovam títulos de nobreza ou cargos.Com isso pretendiam obter respeito normalmente atuava no Parlamento,na Justiça e nos órgãos públicos.


A política mercantilista
 As despesas do Estado eram muito grandes.Manter o luxo da corte,sustentar os funcionários que cuidavam da administração do reino e equipar as tropas as tropas que protegiam o território eram tarefas que exigiam dinheiro.Como os impostos eram insuficientes para manter o Estado, as monarquias nacionais adotaram várias medidas para obter metais preciosos e fortalecer o reino.O conjunto de práticas adotadas recebeu o nome de mercantilismo.Algumas dessas medidas foram:
  Balança comercial favorável. A riqueza de um reino era medida pela quantidade de metais nobres que possuía (metalismo). Por isso,os governos criavam medidas protecionistas para encarecer os produtos importados r reduzir sua entrada no reino.Importando menos,sairiam menos metal do país e a balança comercial ficaria positiva.
 • Estímulo às manufaturas locais.Uma maneira de os governos diminuírem as importações era aumentar a produção de bens manufaturados,como tecidos e ferramentais.Eles abasteciam o mercado interno e podiam se exportados,rendendo mais moedas para a Coroa.
 • Conquista de colônias.As colônias consumiam manufaturas metropolitanas e forneciam mercadorias a preços vantajosos.As riquezas que as colônias poderiam estimular os governos a organização expedições para explorar os mares e conquistar novos territórios na América.
 As práticas mercantilistas foram adotadas,com variações,por diferentes governos da Europa moderna e contribuíram para enriquecer a economia de seus respectivos países.


A aliança entre o rei,a burguesia e parte da nobreza
  Os Estados nacionais surgiram do fortalecimento da autoridade do rei,apoiando pela burguesia e parte da nobreza.Os burgueses apoiaram material e politicamente os monarcas porque estavam interessados em ampliar suas atividades comerciais.Para isso eles precisavam eliminar as barreiras impostas pelos senhores feudais para comerciar no interior dos feudos.Uma parcela da nobreza apoiou o fortalecimento dos reis porque tinha empobrecido com a crise econômica que atingiu a Europa nos séculos XIV e XV e passou a depender dos favores reais.
   Contrários à centralização do poder real estavam principalmente a Igreja Católica e a maior parte dos senhores feudais.O alto clero receava que reis muito  que reis muito poderosos se tornariam politicamente mais fortes que o papa.Uma monarquia centralizada também representava uma ameaça ao poder econômico e político da Igreja em cada região.




  O Estado Absolutista
 No início da Idade Moderna,os reis trataram de consolidar seu poder e criar mecanismo que possibilitassem exercê-lo sobre vastas regiões.Para isso,criaram impostos e moeda de circulação nacional e constituíram uma burocracia de funcionários administrativos encarregados de fazer valer as decisões do soberano em todo o reino.Além disso,os reis formaram exércitos permanentes e profissionais,subordinados à autoridade da Coroa.
 O crescente fortalecimento do poder real atingiu o ponto culminante no século  XVII,com o regime absolutista.O absolutismo significou a grande concentração do poder político nas mãos dos reis,numa época em que as atividades comerciais se expandiam e a burguesia acumulava riqueza.Um fator que também contribuiu para fortalecer os reis foi a Reforma Protestante.A divisão do cristianismo enfraqueceu a autoridade do papa,que deixou de se aceito como autoridade universal.Nos países católicos,a Igreja colocou-se sob a autoridade dos reis.


  Teóricos do absolutismo
 O absolutismo tinha de ser justificado pela razão e pela fé para que as pessoas considerassem legítimo o monarca concentrar em suas mãos todos os poderes.Principalmente a burguesia,à medida que enriquecia,ambicionava liberdade para realizar seus negócios sem o controle do Estado.Era necessário,então,uma teoria que justificasse o poder absoluto dos reis sobre todo o reino.A base teórica de apoio ao absolutismo monárquico foi desenvolvida por importantes escritores,entre eles Thomas Hobbes e Jacques Bossuet.


Thomas Hobbes (1588-1679).Filósofo inglês,Hobbes defendia a ideia de que a natureza humana era,desde sempre,má e egoísta."O homem é o lobo do homem",dizia ele.Só um Estado forte seria capaz de limitar a liberdade individual,impedindo a "guerra de todos contra todos",como afirmou em sua principal obra,o Leviatã.em resumo,o indivíduo deveria dar plenos poderes ao Estado,renunciando à sua liberdade, a fim de proteger a sua própria vida.


Jacques Bossuet (1627-1704).Bispo e teólogo francês,Bossuet foi um dos mais importantes intelectuais da corte de Luís  XIV,o mais absolutismo dos reis da França.Em seu livro Política tirada da Sagrada Escritura,desenvolveu a doutrina do direito divino dos reis,segundo a qualquer o poder do soberano expressa a vontade de Deus.Sendo o poder monárquico sagrado,qualquer rebelião contra ele é criminosa.Para Bossuet,a autoridade do rei é de origem divina e, portanto,incontentável e ilimitada.


  É possível perceber uma diferença no pensamento dos dois teóricos.Enquanto Hobbos defendia o absolutismo com base na razão,no argumento de que era necessário garantir a segurança sua defesa no direito divino dos reis, ou seja,na religião.
Apesar de o absolutismo ter sido uma forma de governo específica da Europa da Idade Moderna,o apóstolo Paulo,do século I,e Agostinho de Hipona,que viveu de 354 a 430,defendiam a existência de governos fortes. 
  

Um comentário:

  1. Muito bom!
    Tinha um trabalho de historia e consegui somente aqui, uma postagem completa e correta!
    Obrigado!

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